Eu estava errado. Nem todos de nossa ala concordaram com o modo como o incidente foi resolvido, o que suscitou muita polêmica. Alguns concordavam com o que eu tinha feito. Outros achavam que eu tinha cometido um enorme erro. Senti-me mal, mas como tinha feito o melhor que podia, tentei não me preocupar muito com aquilo.
Quando fui desobrigado, pouco tempo depois, porém, isso foi um grande golpe para mim. Eu sabia que os chamados da Igreja eram apenas temporários, é claro, mas devido ao momento em que isso aconteceu, senti que meus líderes estavam me culpando ou me punindo pelo ocorrido.
Os comentários e as críticas tornaram-se mais intensos do que nunca, e eu não sabia se queria encarar alguém da ala naquele momento. Por isso, na semana após minha desobrigação, fiquei em casa e não fui à Igreja. Fiz o mesmo na semana seguinte e na outra. Quanto mais ficava distante, mais difícil parecia retornar.
Depois de algum tempo, comecei a pensar no que havia acontecido. Dei-me conta de que embora fosse uma situação dolorosa, não valia a pena colocar em risco meus convênios. Afinal, a Igreja era ou não era verdadeira?
Talvez eu tivesse lidado com a situação que ocorreu em meu chamado da maneira certa, talvez não. A verdade é que todos nós estamos aprendendo e todos cometemos erros.
Por mais doloroso que fosse admitir, talvez não importasse realmente quem estava certo ou errado, no plano geral das coisas. O que realmenteimportava, porém, era se eu tinha guardado meus convênios. O que realmente importava, tanto para minha família quanto para mim, era se eu ia à Igreja, renovava meus convênios na reunião sacramental e continuava a servir. E importava o modo como eu agia em relação à autoridade do sacerdócio.
Voltei para a Igreja. Pouco tempo depois, recebi outro chamado. Esse chamado, e todos os que tive depois disso, exigiram que eu servisse com algumas das pessoas que tinham criticado minhas ações. Foi difícil. Mas fico feliz por não ter deixado que seus comentários me impedissem de desfrutar as bênçãos da atividade na Igreja.
Dar Uns aos Outros o Benefício da Dúvida
“Talvez tenhamos maior caridade quando somos amáveis uns com os outros, quando não julgamos ou classificamos as pessoas, quando simplesmente concedemos aos outros o benefício da dúvida ou permanecemos calados. Caridade é aceitar as diferenças, fraquezas e imperfeições dos outros; ter paciência com alguém que nos aviltou; ou resistir ao impulso de ficar ofendido quando alguém não age da maneira que esperávamos. Caridade é recusar-se a tirar vantagem da fraqueza de outra pessoa, é ter o desejo de perdoar quem nos ofendeu. Caridade é esperar o melhor dos outros.”
Élder Marvin J. Ashton (1915–1994), do Quórum dos Doze Apóstolos, “A Língua Pode Ser uma Espada Afiada”, A Liahona, julho de 1992, p. 19.
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